4 de agosto de 2013

As faixas da vergonha

As faixas da vergonha



Faz muito bem o A Noticia em não deixar cair no esquecimento à vergonhosa situação em que se encontram as faixas de pedestres,o risco que representam nos locais em que ainda há traços delas e a quantidade de cruzamentos em que nem existem mais. Não fosse a insistência do jornal o tema seria esquecido.

O poder público oferece informações e diferentes versões para justificar a sua omissão. Para o contribuinte essa mistura de incompetência e sem-vergonhice ofendem o bom senso mais elementar. As diversas explanações podem ser classificadas ou como patranhas, como invencionices e a maioria podem ser divididas entre fantasias, puro desconhecimento e até má fé. A verdade é que as faixas de pedestres em Joinville ou não existem ou estão em péssimo estado.

Toda a administração pública deve reger-se por princípios claros. Um deles é o da economicidade, fazer as coisas da forma mais econômica, que não deve ser confundido com fazer barato. A pintura a frio, utilizada em Joinville para a sinalização horizontal, é mais barata, porem dura muito menos que a pintura a quente, por tanto não é recomendada. A duração da pintura a frio é de em media 6 a 9 meses dependendo do trafego de cada rua. A pintura a quente dura até 8 vezes mais. Joinville já utilizou durante dois anos a pintura a quente. Algumas ruas e faixas pintadas a quente, em Joinville no ano 2000 ainda mantém a pintura original. Inexplicavelmente deixou  de ser utilizada e se voltou a utilizar a pintura a frio. Alguém poderia explicar?  É bom que novamente se proponha a utilização da alternativa que é econômica e tecnicamente melhor.










O código Brasileiro de Transito prevê dois modelos para as faixas de pedestres, um o utilizado em Joinville é mais custoso, utiliza mais pintura e mais mão de obra e ainda sofre um maior desgaste, pelo que a sua durabilidade é menor. Porque Joinville não volta a utilizar o modelo mais econômico? Não seria melhor ter mais faixas pintadas em toda a cidade com os mesmos recursos, que só ter poucas faixas e não ter orçamento suficiente para fazer a sua manutenção e repintura? Qual a justificativa para usar o modelo mais caro?


Outra patranha que nos contam é que não há recursos ou falta fazer licitação, a arrecadação das multas de transito deve ser usada obrigatoriamente, entre outros usos, em sinalização e segurança. A pintura das faixas de pedestres deve ser feita periodicamente. Para estes casos de manutenção continuada à lei prevê o modelo de contratação, que já se utiliza para a iluminação pública, e permite a reposição de lâmpadas queimadas. Fazem-se contratos de longo prazo, definindo os valores unitários do m2 de pintura a quente e se estabelecem valores globais de contratação. Evitando assim que a falta de licitação possa ser usada como justificativa. A ausência de faixas de pedestres é mais grave, na frente das escolas, de hospitais e de locais de maior movimento de pedestres. Devendo as autoridades ser responsabilizadas pela sua omissão nesses casos mais gritantes.


O prefeito no seu discurso de posse expressou com veemência sua preocupação com o uso de cada centavo de dinheiro público, o melhor para Joinville é que se preocupe não só com os centavos, que também o faça com as dezenas de milhares de Reais desperdiçados. Porque não é mais rico quem mais ganha, é mais rico quem gasta menos.
                                       
Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC



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