E definitivamente mais de 2000 anos depois, os pensamentos dos poetas latinos continuam vivos e atuais. Devemos ainda acrescentar na nossa sociedade, tanto a local, como a nacional, uma cultura para a mansidão, que cresce e se desenvolve a cada dia que passa, ligada intimamente a mediania.
Hoje praticamente ninguém se mexe para protestar contra o que quer que seja, uma minoria escreve cartas as seções de opinião dos jornais, alguns mais comprometidos, militantes de carteirinha, inclusive apóiam, um abaixo assinado, pela internet, sem sair da comodidade do seu lar o do seu escritório. Nem pensar em ser, mais ativistas, a maneira antiga, saindo as ruas, manifestando-se abertamente e pressionando políticos e dirigentes e mudar, a escutar a agir de acordo com os desejos da sociedade.
É nesta sociedade omissa em que impera a mediocridade, numa sociedade que perdeu a capacidade de expressar as suas opiniões. Que persegue ferozmente, aqueles que tem a ousadia, de opinar ou simplesmente aqueles, que tem posições divergentes ou simplesmente distintas.
A nossa cidade é hoje reflexo, como nunca antes, desta omissão generalizada, o que dá condições, para que de uma forma cada vez mais forte, o poder publico imponha, sem a menor negociação, a sua lei, sem precisar escutar a sociedade. Os projetos e propostas, apenas são debatidos, com as instituições representativas da sociedade organizada, convertidas ou em caixas de ressonância ou solenemente ignoradas pelos nossos administradores, quando minimamente divergentes.
Um exemplo interessante, é a forma, quase secreta, como esta sendo discutido o plano diretor de Joinville ou o orçamento municipal, importantes peças legais, que definirão as ações e planos do município para 2008, determinado, não só as obras, atividades e projetos que serão ou não implantados. Determinarão como será a Joinville dos próximos anos. No nível federal não é distinto, com um congresso e um senado que aprova 99 entre cada 100 projetos apresentados pelo executivo, sem praticamente nenhuma alteração, nem discussão, com a sociedade e com o contribuinte.
Reflexo, inequívoco da bovina mansidão, da omissão e da mediocridade que dia a dia nos envolve e governa.
Publicado no AN Cidade