12 de julho de 2016

A Joinville das grandes avenidas


A Joinville das avenidas

Joinville é uma cidade que quer e merece ser grande, mas insiste em pensar pequeno. Desde o plano diretor de 1973 a cidade sonha grande as avenidas: Almirante Jaceguay, Marques de Olinda, JK, não saíram do papel, seguem incompletas, nunca foram concluídas, ficaram pela metade. Muito por falta de ousadia e ambição. O resultado é uma cidade acanhada, com ruas da largura, das ancas de duas mulas lado a lado, ou de uma carroça, que mantem o traçado colonial e pelas que agora queremos que passem carretas, caminhões, carros, ônibus e permitam estacionar em ambos os lados da rua, com ciclovia e calçadas largas que priorizem os pedestres.

 Há quem, no limite da irresponsabilidade, proponha entupir ainda mais essas ruelas. Não só adensa-las, também querem permitir comércios, indústrias e verticaliza-las, com prédios de mais de 30 pavimentos de altura em ruas que não tem nem infraestrutura prevista de esgoto para todos os moradores que a LOT esta projetando, nestas áreas, pomposamente chamadas de "adensamento prioritário". Há um divorcio evidente entre a realidade e a ficção, a Joinville moderna e cosmopolita, precisa de uma infraestrutura urbana adequada para crescer, o que temos hoje é “um peru num pires” é só acompanhar as intervenções urbanas a que o IPPUJ vive nos submetendo, dia sim, dia também. Remendos de planejamento, para acomodar uma cidade que quer crescer e não tem nem dinheiro para desapropriar os imóveis que precisaria para alargar uma rua, como a Avda. Santos Dumont e acaba transformando o que era para ser uma duplicação num arremedo de solução, que em pouco tempo estará obsoleta.

Joinville comporta edifícios de grande porte nas poucas avenidas que dispõem de infraestrutura e neste sentido nenhuma melhor que a Beira rio. A Avda. Getulio Vargas era para ser uma via rápida, é agora é um grande engarrafamento a maior parte do dia. Há uma boa dose de inépcia em quem planeja uma cidade que não cabe na infraestrutura atual e não prevê as obras necessárias para que possa crescer no futuro.  Há irresponsabilidade em quem insiste em defender um modelo de cidade comprovadamente inviável, insustentável, a beira do colapso e cada dia mais longe do desenvolvimento. Uma Joinville em que poucos ficarão com o lucro e os prejuízos serão de novo distribuídos entre todos.  

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