O setor rural de Joinville atravessa um longo período de
crise. Sem ser capaz de entender as mudanças necessárias e ameaçados pela
especulação imobiliária a maioria dos agricultores continuam cultivando
produtos de pouco valor agregado com técnicas ultrapassadas e sem a
rentabilidade necessária para oferecer uma perspectiva econômica para eles
próprios e os seus filhos.
O setor público tem ajudado ainda mais a enterrar o
agricultor num modelo econômico arcaico e não tem sabido tampouco modernizar o
campo. O resultado e que corremos um serio risco de perder o cinturão verde que
deveria produzir o leite, a carne, as frutas e hortaliças que a cidade precisa
para se alimentar. Insistir em continuar cultivando arroz, aipim ou engordando
gado sem melhoramento genético ou produzindo sem tecnologia de ponta é
condenar o agricultor a um futuro sem perspectivas.
A Fundação 25 de Julho já foi no passado um centro de
referencia em tecnologia. Os seus técnicos faziam um excelente trabalho de
extensão e inclusive de pesquisa. A piscicultura e o cultivo de palmáceas
desenvolveram graças ao trabalho da Fundação e da parceria com a Epagri. Hoje o
agricultor não achara na fundação a referencia em tecnologia, em extensão ou em
inovação que poderiam alavancar o setor primário joinvilense.
Há potencial para fazer do cinturão verde de Joinville um
polo produtor de hortaliças, recuperar a produção leiteira, ser um referencia
em cultivo protegido e em produção orgânica. Joinville teria acesso a produtos
de melhor qualidade, mais frescos e com maior segurança alimentar. O Sindicato
Rural de Joinville em parceria com o Senar ( Serviço Nacional de Aprendizado
Rural) tem disponibilizado gratuitamente aos produtores rurais da região
dezenas de cursos a cada ano para sua formação e atualização tecnológica. O
desafio de um dos setores que mais cresce no pais é o de ser um negocio
orientado a aumentar a produtividade, gerar empregos formais e se afastar do
canto de sereia do paternalismo assistencialista, do discurso político fácil e
dos vícios do passado. Os produtores que vem no agronegócio uma
oportunidade para prosperar contam com acesso a formação adequada, mas a maior
dificuldade esta ainda dentro das cabeças que não perceberam a necessidade de
mudar.