Não é
novidade. Alguns dos inquilinos atuais da Prefeitura Municipal não conseguem
lidar bem com as críticas. Na verdade, algumas pessoas menos que as outras. É
uma dificuldade manifesta em alguns setores e que se agrava pela total falta de
maturidade e da prática de algo tão importante na sociedade democrática: o
respeito pela liberdade de expressão.
É preciso
maturidade para aceitar as opiniões contrárias, da mesma forma que se recebem
os elogios dos áulicos. A dificuldade é tão manifesta que, não conseguindo
refutar o argumento da crítica – nem sequer contra-argumentar ou mostrar o
contraditório –, a prática mais comum é tentar desacreditar o crítico, o argumentum ad
hominem. Tem até
quem parta diretamente para o xingamento.
Ocupar
cargos públicos exige outros predicados. Deveria prevalecer a competência antes
da fidelidade partidária e, principalmente, o respeito aos direitos do cidadão
que paga impostos. E, entre eles, o direito à liberdade da expressão. No atual
governo municipal, o que separa “os homens dos meninos”, sem nenhum sexismo
explícito na frase, é a capacidade para lidar com as críticas. Ter ataques
chiliquentos pelos corredores do paço municipal é impróprio de quem tem por obrigação
respeitar e servir o cidadão.
Toda
administração pública tem que saber lidar com a crítica. E há de se reconhecer
que nunca ficou tão fácil a crítica, tamanha a quantidade de trapalhadas,
atitudes insensatas e desatinos produzidos.
Os
críticos estão divididos em grupos: as viúvas das administrações anteriores,
que choram a perda do poder e das suas benesses e que só esperam a oportunidade
de voltar a ele. Do outro lado estão os que entendem que a cidade está
regredindo, que há uma perda de qualidade tanto no dia a dia das pessoas
como na forma como a coisa pública é tratada. Essas pessoas acreditam que as
coisas podem e devem ser melhores do que são e as suas criticas vem
acompanhadas de propostas e alternativas para melhorar.
Na
democracia deve existir espaço para estimular o contraditório, o debate, a
troca de idéias. Tanto uns como outros tem o direito e a obrigação de expressar
as suas idéias e convicções, pois a decisão final caberá ao eleitor. As
iniciativas do poder público de desacreditar os críticos acabam desacreditando
também os elogios dos áulicos. Porque nem uns nem os outros não sobrevivem sem
a liberdade de expressão.
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