Entre as plantas que formam o verde urbano, algumas velhas conhecidas nossas, é comum encontrar Jerivás ( Syagrus romanzoffianum ) Tipuanas ( Tipuana tipu ) alem de Lantanas ( Lantana camara ), Paraiso ( Melia azederach) entre outras muitas, que dão vida e cor a paisagem árida de um pais do norte africano.
Alem do cuidado e da manutenção esmerada, que não estamos mais acostumados a ver por aqui, desde a saudosa gestão do prefeito Wittich Freitag. As plantas e especialmente as arvores são regularmente podadas, mantendo desta forma o seu porte e as suas características, não representando nenhuma ameaça nem para veículos, nem para pedestres.
Algumas ruas e praças de Argel, estão arborizadas com Figueiras, os mesmos fícus, que as nossas autoridades, condenam e como os arautos papais da época das cruzadas, querem erradicar. Pensei ao ver as primeiras figueiras cuidadosamente podadas, com um verde vivo, intenso, que o destino estava brincando comigo, eu quer tinha saído de Joinville, com as figueiras na cabeça, as encontrava de novo e desta vez bem longe de casa. Parei o carro e fiz uma fotografia.
Seguindo viagem, cheguei a Tipaza e Cherchell, na época do império romano, denominadas Cesárea, um dos mais importantes centros econômicos do mediterrâneo, com coliseo, templos, banhos e toda a infra-estrutura urbana que caracterizava as cidades romanas, inclusive esgoto e água. O parque que rodeia as importantes ruínas romanas, também estava arborizado com figueiras, que forneciam uma sombra agradável a famílias completas que aproveitavam o sol de inverno para passear. Figueiras que acompanharam as caminhadas de Albert Camus e que proporcionam ainda hoje a sombra, que estimula a tomar um chá com menta e curtir uma boa conversa. A mesma sombra, que as mesmas figueiras proporcionavam aos cidadãos de Bedjaia, uma linda cidade portuária, que tem as ruas e praças arborizadas.
Como nas ruas de Oran, como as de cada uma das cidades que tive oportunidade de percorrer e conhecer. As mesmas figueiras compartilhando espaço com Jerivás, Tipuanas, Paraísos e Tamareiras.
Aqui temporariamente, o prefeito aceitou mante-las, ainda que deixando no ar uma velada ameaça.
Para quem não tem oportunidade de ir a Argélia, uma recomendação visitar na rua Papa João XXIII as figueiras que o SESI mantem, com o mesmo cuidado e capricho que os argelinos tem com as suas.
Publicado no AN Cidade
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