Devemos enxergar as cidades como seres vivos, pulsantes, dinâmicos,
seres em movimento. Olhar além da selva de concreto e ver como as cidades
escolhem o seu destino e traçam os caminhos que as levarão ao futuro.
Há cidades que escolhem serem sustentáveis, outras querem
ser inovadoras. Em quanto há as que preferem converter-se em destinos turísticos
e promovem a sua historia, a sua cultura ou suas belezas naturais. Há espaço
para cidades com espirito criativo e é o destino de artistas de todas as tribos
e culturas, verdadeiros laboratórios de criatividade. Até há cidades que tem se
convertido em destino eno-gastronômico e milhares de visitantes as visitam para
saborear as delicias da sua cozinha e experimentar a qualidade dos seus vinhos.
Cada cidade tem o seu espaço para poder ser. Cada cidade é livre para escolher
o seu futuro. Como será amanha depende das decisões que tome hoje. E o que
decida ser dependerá de suas características, de sua vontade, do seu esforço e
do trabalho dos seus habitantes.
As cidades sustentáveis investem em parques, em espaços
verdes, em reciclagem, em energias limpas, em sistemas de transporte
ecologicamente corretos, em economia de recursos e na melhoria da eficiência e
na busca da qualidade de vida dos seus moradores. As cidades inovadoras atraem
universidades, centros de pesquisa, priorizam os investimentos em tecnologia de
ponta, estão conectadas e oferecem oportunidades para que empresas inovadoras
as escolham como sede. Cidades inovadoras são cidades eficientes. Em que os
cidadãos sabem que podem contar com transporte público de qualidade, com
informações precisas sobre horários, serviços e com serviços públicos modernos.
Há cidades que escolhem ser grandes. Ser as maiores se
converte num mantra. E avançam inexoravelmente nesta obsessiva busca do tamanho,
nesta logica estranha que as assemelha a células cancerígenas, concentradas em
crescer, em ser cada dia maior, nem que para isso deixem no caminho outras
opções, como a de ser melhor, ser um polo cultural, uma cidade sustentável, uma
cidade verde, inovadora ou com qualidade de vida. Para ser a maior esquece-se
de todas as alternativas e se perdem a maioria dos referenciais e valores. Por
isso as cidades se parecem tanto com as pessoas que as habitam.