21 de março de 2014

Governo?

"O que há no governo é mais que má gerencia. É uma fé infinita na empulhação, ofendendo a inteligência alheia."

Elio Gaspari

13 de março de 2014

Quem é mesmo que cuida dos centavos?

Cuidar dos centavos

Não há político que não goste de fazer discursos emotivos. Dizer que cuidará de “cada centavo dos recursos públicos”, não é exclusividade de este prefeito ou daquele governador. Aonde tiver uma plateia disposta a acreditar, haverá um político disposto a fazer um discurso no limiar do deboche e da sem-vergonhice.

Nem se passaram três meses da inauguração do flamante trinario das ruas Max Colin, Timbó e XV e a pintura das ciclofaixas já mostra um nível de desgaste inaceitável para uma obra recém concluída. O pior é que não há novidade, a ma qualidade ou escolha das soluções erradas são tão constantes, que há até quem acredite que é assim que deve ser, e que cada 4 ou 5 meses tudo devera ser repintado novamente. Na Joinville que nem consegue manter a pintura das faixas de pedestres na frente de escolas, hospitais e lugares de maior afluência de público, imaginar que as ciclofaixas receberão manutenção adequada é um sonho, mais que um sonho é uma quimera.

E se de fato fossem pintadas e repintadas com a frequência requerida, quem teria coragem para bater no peito e dizer que esta cuidando de cada centavo? Difícil imaginar alguém falando uma um bobagem dessas.

Outra mostra da forma como os centavos são zelosamente vigiados e administrados é a comedia de erros em que se converteu a implantação do corredor de ônibus, no Guanabara, ou seria uma ciclofaixa? O que foi projetado e executado pelo conjunto de Institutos, fundações e secretarias que tem por responsabilidade cuidar dessas coisas, causa espanto. É inimaginável que tanta incompetência possa caber em tão pouco espaço. Um dia era um corredor de ônibus, no seguinte um corredor de uso compartido para bicicletas e ônibus, ao dia seguinte era só para bicicletas e só no dia seguinte ou dois dias depois o prefeito escutou a população do Guanabara.


O pior é que ninguém foi demitido ou veio a público a reconhecer que aquilo tudo foi uma trapalhada. Na iniciativa privada é provável que alguém tivesse perdido o emprego, aqui o mais provável é que ainda seja promovido, por que a pratica comum é que os mais incompetentes ocupem os cargos mais altos na escala hierárquica.

Publicado no jornal A Notícia de Joinville SC

5 de março de 2014

No A Notícia de hoje

Por Apolinário Ternes

O QUE NOS ESPERA?


Joinville comemora 163 anos de fundação. Aniversários supõem avaliações. O que dizer da cidade nesta data querida? Há sempre dois olhares. O primeiro, rosa, aplaude e vê perspectivas. O segundo, mais realista, franze a testa com os desafios à frente. A cidade já não é a locomotiva de meio século atrás. Ao contrário, nos últimos 30 anos reduziu a velocidade e nos últimos governos se arrasta em trilhos colocados há duas gerações. A cidade mudou. E muito. Não foi para melhor, apesar de fatos relevantes, dos quais o crescimento da população é o mais visível. A qualidade de vida decaiu. Viver na cidade ficou complicado. Quase irritante.

Num país urbanizado nas últimas cinco décadas, Joinville é uma das raras cidades que não desfrutam de acessos duplicados e asfaltados. O trânsito é ruim, e não existem elevados ou viadutos. As pontes, igualmente, são poucas interligando as diferentes áreas. Neste sentido, a cidade parou há 30 anos. Ligações como a Dona Francisca a Pirabeiraba e o acesso ao aeroporto deveriam estar duplicadas há pelo menos 20 anos. Se estiverem prontas nos próximos dez, o atraso continuará o mesmo: 30 anos.

Escassez de água e falta de saneamento são fatos reais na vida de milhares de cidadãos, apesar dos “milagres” do discurso político dos últimos anos. Como diz o prefeito Udo, a questão não é dinheiro, é competência. A Prefeitura, o maior cabide de empregos da cidade, requer administrador capaz de abrir mão dos cargos de confiança e cumprir promessas de campanha. Azeitar a máquina com medidas rápidas e tirá-la do marasmo e da mediocridade. É disso que a cidade precisa. E de lideranças afirmativas, sempre mais escassas.

Até 2030, dois terços da população do mundo se concentrarão nas cidades. Daqui a meros 16 anos, a cidade sentirá ainda mais essa concentração, em razão do setor industrial na região que cresce a ritmo parecido aos anos 60, época do “milagre brasileiro”. É bom? Não é. Os problemas se agravarão, em todos os sentidos. Os governos estão atolados na ineficiência, no empreguismo e nos desvios de finalidade. Não há razão para entusiasmo ou para acreditar que Joinville estará melhor em 2031, quando alcançar 180 anos. A próxima geração estará em situação ainda difícil. Prefeitura pede competência, agilidade. E coerência. Continuamos esperando.

4 de março de 2014

A presidentA em ação.

Editorial do Estadão – 26.02.2014

Até mesmo o lusófono presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, deve ter tido sérias dificuldades para entender os dois discursos da presidente Dilma Rousseff proferidos em Bruxelas a propósito da cúpula União Europeia (UE)-Brasil. Não porque contivessem algum pensamento profundo ou recorressem a termos técnicos, mas, sim, porque estavam repletos de frases inacabadas, períodos incompreensíveis e ideias sem sentido.

Ao falar de improviso para plateias qualificadas, compostas por dirigentes e empresários europeus e brasileiros, Dilma mostrou mais uma vez todo o seu despreparo. Fosse ela uma funcionária de escalão inferior, teria levado um pito de sua chefia por expor o País ao ridículo, mas o estrago seria pequeno; como ela é a presidente, no entanto, o constrangimento é institucional, pois Dilma é a representante de todos os brasileiros – e não apenas daqueles que a bajulam e temem adverti-la sobre sua limitadíssima oratória.

Logo na abertura do discurso na sede do Conselho da União Europeia, Dilma disse que o Brasil tem interesse na pronta recuperação da economia europeia, "haja vista a diversidade e a densidade dos laços comerciais e de investimentos que existem entre os dois países" – reduzindo a UE à categoria de "país".

Em seguida, para defender a Zona Franca de Manaus, contestada pela UE, Dilma caprichou: "A Zona Franca de Manaus, ela está numa região, ela é o centro dela (da Floresta Amazônica) porque é a capital da Amazônia (...). Portanto, ela tem um objetivo, ela evita o desmatamento, que é altamente lucrativo – derrubar árvores plantadas pela natureza é altamente lucrativo (...)". Assim, graças a Dilma, os europeus ficaram sabendo que Manaus é a capital da Amazônia, que a Zona Franca está lá para impedir o desmatamento e que as árvores são "plantadas pela natureza".
Dilma continuou a falar da Amazônia e a cometer desatinos gramaticais e atentados à lógica. "Eu quero destacar que, além de ser a maior floresta tropical do mundo, a Floresta Amazônica, mas, além disso, ali tem o maior volume de água doce do planeta, e também é uma região extremamente atrativa do ponto de vista mineral. Por isso, preservá-la implica, necessariamente, isso que o governo brasileiro gasta ali. O governo brasileiro gasta um recurso bastante significativo ali, seja porque olhamos a importância do que tiramos na Rio+20 de que era possível crescer, incluir, conservar e proteger." É possível imaginar, diante de tal amontoado de palavras desconexas, a aflição dos profissionais responsáveis pela tradução simultânea.

Ao falar da importância da relação do Brasil com a UE, Dilma disse que "nós vemos como estratégica essa relação, até por isso fizemos a parceria estratégica". Em entrevista coletiva no mesmo evento, a presidente declarou que queria abordar os impasses para um acordo do Mercosul com a UE "de uma forma mais filosófica" – e, numa frase que faria Kant chorar, disse: "Eu tenho certeza que nós começamos desde 2000 a buscar essa possibilidade de apresentarmos as propostas e fazermos um acordo comercial".

Depois, em discurso a empresários, Dilma divagou, como se grande pensadora fosse, misturando Monet e Montesquieu – isto é, alhos e bugalhos. "Os homens não são virtuosos, ou seja, nós não podemos exigir da humanidade a virtude, porque ela não é virtuosa, mas alguns homens e algumas mulheres são, e por isso que as instituições têm que ser virtuosas. Se os homens e as mulheres são falhos, as instituições, nós temos que construí-las da melhor maneira possível, transformando... aliás isso é de um outro europeu, Montesquieu. É de um outro europeu muito importante, junto com Monet."


Há muito mais – tanto, que este espaço não comporta. Movida pela arrogância dos que acreditam ter mais a ensinar do que a aprender, Dilma foi a Bruxelas disposta a dar as lições de moral típicas de seu padrinho, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Acreditando ser uma estadista congênita, a presidente julgou desnecessário preparar-se melhor para representar de fato os interesses do Brasil e falou como se estivesse diante de estudantes primários – um vexame para o País

2 de março de 2014

Estresse e ansiedade



O Brasil esta vivendo uma mistura de stress e ansiedade. Os últimos atos do Supremo têm provocado ataques de stress numa parcela da população, justamente aquela parte que acreditava que não teria oportunidade de ver um corrupto na cadeia.

Sentimos stress quando temos a percepção que algo não deveria estar sucedendo e mesmo assim sucede. Quando uma boa parte dos mensaleiros foram condenados e finalmente presos na Papuda, ouve um sentimento de “alma lavada” a percepção que mesmo que o chefe da quadrilha, Ops!!! Se não houve quadrilha, não houve tampouco chefe da quadrilha, deve ser que se tratava só de um grupo de amigos, a percepção era que corrupto sim vai para a cadeia. Mesmo que a cadeia neste caso pareça mais um spa, com televisão, internet, comida diferenciada, direito a receber amigos e conhecidos e outras regalias que pouco tem a ver com a imagem que temos em geral do sistema carcerário brasileiro.


Se por um lado vivemos o stress de não estar acreditando no que esta acontecendo, pelo outro vivemos na ansiedade de ver que aquilo que deveria acontecer não acontece e isso causa ansiedade. As obras da copa deveriam estar concluídas antes de iniciar a competição e será difícil que isso aconteça e a ansiedade se dispara. Que a maioria das obras do PAC não avançam, outra dose de ansiedade, aqui perto a duplicação da BR- 280 que não inicia, quando já deveria estar concluída é outro motivo de ansiedade. Neste ano eleitoral não deve faltar candidato/a prometendo a triplicação da BR-101, ainda bem que essas mentiras de campanha já não provocam mais ansiedade. Há uns candidatos/as nos que não da para acreditar mesmo. 
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