O prefeito não quer se reeleger
Por muito que diga que será candidato, por mais que seu partido e os comissionados
apostem na sua candidatura, Udo Dohler não será de novo prefeito de Joinville.
É dele e de ninguém mais que dele a responsabilidade da sua não reeleição. O
prefeito tem se esforçado em dinamitar todas as possiblidades de reeleição.
Dificilmente conseguira entre o quadro efetivo de funcionários
da prefeitura os votos que obteve em 2012. Atrasou salários. Retirou benefícios.
Não reduziu o tamanho da maquina pública. Manteve comissionados. Atrasou os
repasses ao Ipreville. Conseguiu a união da classe em duas greves e a maioria
dos funcionários públicos não escondem a sua frustração e descontentamento com
o seu modelo de gestão.
Transformou Joinville em Buracoville. Entre os 292 mil motoristas habilitados é
consenso que as ruas nunca estiveram tão mal. Sem uma proposta concreta para o
problema da mobilidade. As obras públicas previstas não saíram do papel e as
que ainda se alastram a passo de cágado, são remendos do que Joinville precisa
e merece. Menção especial merecem as crateras que tem convertido as ruas da
cidade numa paisagem lunar. É cada vez
maior o número de motoristas que lembram do nome do prefeito, não sempre com
carinho, quando estoura um, ou pior dois pneus, no mesmo buraco. Nada deteriora
mais a imagem do administrador público que o estado de abandono da cidade. A
imagem do prefeito, como sindico é uma imagem cada vez mais forte e nem entre
os seus defensores mais fervorosos há como negar que Joinville nunca esteve
pior . É bom lembrar que 292 mil motoristas são votos demais para ser
desprezados.
Tampouco esta melhor a sua imagem entre os usuários do
transporte coletivo. Joinville tem hoje a tarifa de ônibus mais cara do Brasil.
Este fato por si só já evidencia a falência do modelo de transporte coletivo. É
inaceitável que a tarifa de ônibus aqui seja mais cara que em São Paulo ou no
Rio por citar dois exemplos. Ser noticia a nível nacional por ter a tarifa mais
cara do pais envergonharia qualquer administrador, e é ainda um atestado de incompetência
na gestão da cidade. A revolta do usuário deverá se traduzir também em menos
votos.
Os ciclistas são outro dos coletivos que dificilmente apoiarão
a reeleição do prefeito. De nada servem os quilômetros e quilômetros de
ciclofarsas. São só estatísticas que não enganam ninguém. Quem anda de
bicicleta enfrenta riscos constantes pelo péssimo estado de conservação, pela má
sinalização e pela ausência de um projeto estruturado que ligue uma parte da
cidade a outra. Hoje o traçado das ciclofarsas liga o nada à coisa nenhuma, ameaça
à vida dos ciclistas e tem ocasionado graves acidentes, inclusive fatais.
Tem mérito conseguir, em pouco mais de três anos, a quase
total unanimidade, o número de eleitores que não votariam nele de jeito nenhum
é cada dia maior, o mais interessante é que esta posição é também cada dia mais
aberta, mais clara. Ninguém mais esconde a sua decepção com quem se apresentou
como um administrador com experiência e conhecimento. Para quem chegou dizendo
que o problema de Joinville não era de dinheiro e sim de gestão e hoje atrasa o
pagamento de salários e de fornecedores, tem havido um rápido deterioro da sua
imagem de homem público, de gestor e de empresário. Na eleição passada pesou na
decisão do eleitor essa imagem, e o eleitor, que ainda não o conhecia, acreditou
nela. Agora, o eleitor o conhece e sabe o quanto era só imagem e quanto é
verdade.
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