Publicado no jornal A Notícia
A figueira da Nereu Ramos, por Giane Maria de
Souza*
Nos últimos tempos, aconteceram inúmeros
protestos pelo Brasil, principalmente nas redes sociais, por causa da derrubada
criminosa de árvores da Usina do Gasômetro no Centro de Porto Alegre. O
prefeito de lá, o senhor José Fortunati, do PDT, no dia 6 de fevereiro, emitiu
uma justificativa vexaminosa para o corte das árvores: “As pessoas não utilizam
estas árvores no Gasômetro”. Óbvio, na visão despreparada de um político que
não entende de urbanismo, tampouco de planejamento paisagístico urbano, uma
árvore é simplesmente uma árvore, atrapalhando a expansão econômica e comercial
da cidade. Nesse caso específico, o corte justifica-se, já que é para a
duplicação de uma avenida de Porto Alegre, que integra o pacote das chamadas
obras da Copa, segundo informações da Prefeitura da capital gaúcha. Os jornais
registraram jovens subindo nas árvores para evitar a derrubada delas, fizeram
vigílias, protestaram. Lembrei da figueira de Joinville.
Na história ambiental da nossa cidade, algumas árvores entraram para a lista municipal de salvo-conduto. Conforme o decreto nº 9755 de 13 de setembro de 2000, pelo qual reza o art. 1º, ficam imunes de corte: “Uma árvore adulta da espécie botânica Ficus benjamina L, pertencente à família Moraceae, vulgarmente conhecida por figueira ou figueira-benjamim. Originária da Ásia tropical e Malásia, foi introduzida no Brasil há mais de dois séculos com fins ornamentais. (...) O exemplar está com aproximadamente 15 metros de altura, copa bem desenvolvida com cerca de 12 metros de diâmetro, oferecendo, por conseguinte, ótimo sombreamento no local. (...) Seu estado fitossanitário é bastante satisfatório, não apresentando nenhum sintoma de pragas ou moléstias. Com o avanço da idade, passa a emitir raízes adventícias, o que lhe empresta um belo efeito estético. Está situada na praça Nereu Ramos, ao lado do prédio do Ipreville”. E cita o art. 2º do mesmo decreto que a árvore deverá ser protegida em uma área de pelo menos 200 m² do seu entorno.
Árvores estão imunes de corte? Quem precisa da figueira? As pessoas ao caminharem pelo Centro de Joinville percebem a grandiosidade desta árvore? Se a figueira da praça Nereu Ramos está imune ao corte pela Fundação do Meio Ambiente desde 2000, longos anos passaram e a população ainda está impossibilitada de admirá-la e usufruir de sua generosa sombra e ostentação arbórea, quesito de suma importância para seu tombamento, conforme o próprio decreto a descreve. O tombamento de algumas espécies arbóreas raras, antigas e de interesse histórico, científico e paisagístico é previsto pela legislação ambiental. Porém, de nada adianta uma árvore ser imune ao corte e ser tombada se não conseguimos usufruir de sua imagem na paisagem cotidiana da cidade em que vivemos.
Na história ambiental da nossa cidade, algumas árvores entraram para a lista municipal de salvo-conduto. Conforme o decreto nº 9755 de 13 de setembro de 2000, pelo qual reza o art. 1º, ficam imunes de corte: “Uma árvore adulta da espécie botânica Ficus benjamina L, pertencente à família Moraceae, vulgarmente conhecida por figueira ou figueira-benjamim. Originária da Ásia tropical e Malásia, foi introduzida no Brasil há mais de dois séculos com fins ornamentais. (...) O exemplar está com aproximadamente 15 metros de altura, copa bem desenvolvida com cerca de 12 metros de diâmetro, oferecendo, por conseguinte, ótimo sombreamento no local. (...) Seu estado fitossanitário é bastante satisfatório, não apresentando nenhum sintoma de pragas ou moléstias. Com o avanço da idade, passa a emitir raízes adventícias, o que lhe empresta um belo efeito estético. Está situada na praça Nereu Ramos, ao lado do prédio do Ipreville”. E cita o art. 2º do mesmo decreto que a árvore deverá ser protegida em uma área de pelo menos 200 m² do seu entorno.
Árvores estão imunes de corte? Quem precisa da figueira? As pessoas ao caminharem pelo Centro de Joinville percebem a grandiosidade desta árvore? Se a figueira da praça Nereu Ramos está imune ao corte pela Fundação do Meio Ambiente desde 2000, longos anos passaram e a população ainda está impossibilitada de admirá-la e usufruir de sua generosa sombra e ostentação arbórea, quesito de suma importância para seu tombamento, conforme o próprio decreto a descreve. O tombamento de algumas espécies arbóreas raras, antigas e de interesse histórico, científico e paisagístico é previsto pela legislação ambiental. Porém, de nada adianta uma árvore ser imune ao corte e ser tombada se não conseguimos usufruir de sua imagem na paisagem cotidiana da cidade em que vivemos.
*HISTORIADORA
Muito interessante o artigo. Eu não tinha a menor idéia de que havia UMA árvore tombada na praça Nereu Ramos. Pena que seja um ficus, mas isso é questão de gosto pessoal.
ResponderExcluirIsso me faz lembrar dessa mesma praça em um passado nem tão distante assim. Para quem a frequentava nos anos 70, há de lembrar o quão arborizada ela era. Belas árvores que davam boa sombra, cercadas de grama onde haviam pequenos cartazes lembrando que pisar nela era falta de educação, aqueles bancos de pedra (acho que foi a única coisa que restou) onde no final das aulas na FEJ nos reuníamos para "resolver os problemas do país", e os caminhos de chão batido e brita branca por onde todo mundo ia dar uma voltinha depois da sessão do Cine Colon .
Pois então.
Quando retornei à Joinville, em 2007, encontrei um pequeno deserto coberto de concreto, alguns arbustos e uma coisa parecida com um palco ou concha acústica, sei lá. O que fizeram com as árvores e com a grama não sei, mas aposto que viraram "resíduo vegetal" no lixão da cidade.
Saber que existe no local pelo menos UMA árvore tombada, mesmo sendo um ficus, dá uma certa esperança.
Mas acho mais provável que o tombamento tenha ocorrido por arrependimento....