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20 de novembro de 2021

Programa "Ecologia em Ação"

 Participando do programa "Ecologia em Ação"

Entre outros temas conversando sobre as iniciativas para aumentar o perimetro urbano sobre a APA Dona Francisca, Area de Proteção Ambiental sendo transformada em area urbana para atender aos intetresses especulativos. Também o Projeto Vale Verde e a proposta de incorporar mais de 50.000.000 de m2 ao perimetro urbano de Joinville. 

O projeto Vale Verde conta com o apoio de alguns vereadores e até de figuras bem posicionadas no governo municipal. É importante estar atento a movimentação nos bastidores. 


https://youtu.be/kEw5P7uumk0

15 de março de 2019

Choveu muito?

Choveu muito e encheu mais que a última vez? Nunca é demais lembrar que o problema é do modelo de ocupação urbana, da ganância desmedida, dos políticos corruptos que permitiram e permitem o aterro e ocupação dos fundos de vale, das áreas de várzea, das baixadas em que os rios e córregos se espraiavam.



Os que permitiram que os rios fossem cobertos com concreto, os que estreitaram sua calha com muros e construções são os responsáveis dos problemas que, cada vez com maior frequência, as chuvas ocasionam. Áreas que antes não alagavam agora enchem a cada nova chuva.


 Mas fique tranquilo porque a próxima enchente alcançara cotas mais altas, fará mais estragos e causará mais prejuízos. E os políticos farão de conta que não tem nada a ver com isso o culparão os primeiros colonizadores, porque a culpa é sempre dos outros.

22 de julho de 2013

Pergunta ao Secretário da Habitação.

Pergunta ao secretário da habitação.

O inciso VI do art. 17 da Lei Complementar n. 261/2008 (Plano Diretor) prevê a diretriz a seguir:

VII - evitar a produção de habitações sociais em áreas distantes da mancha urbana consolidada e das oportunidades de geração de emprego e do empreendedorismo, característica e vocação local, dos equipamentos públicos, das atividades de cultura e lazer da cidade; 
A nova administração municipal irá obedecer o Plano Diretor e construir as habitações sociais mais próximas da mancha urbana, aproveitando os diversos imóveis OCIOSOS da própria prefeitura, como os da RUA SÃO PAULO, e construirá empreendimentos menores? Ou insistirá em construir conjuntos enormes bem distantes do centro, sem qualquer estrutura, como o TRENTINO, o empreendimento do JARDIM PARAÍSO e o empreendimento do VILA NOVA (prédios cercados de plantações de arroz)?


Juarez Vieira
Conselheiro da Cidade

Indicado pela AMIGA - Associação de Moradores Anita Garibaldi

31 de maio de 2013

Conselho da Cidade



A eleição dos representantes da sociedade e a divulgação da relação dos nomes indicados pelo prefeito municipal para representar o poder publico, permitem fazer uma primeira analise sobre o Conselho da Cidade e o que esperar.

O maior bloco, e o mais compacto, é formado pelos representantes do poder publico, que pelo seu perfil, votarão uniformemente alinhados com os interesses do prefeito municipal, defensor declarado da aprovação da LOT de forma rápida. Não se deve esperar que esse grupo participe ativamente do debate com contribuições ou sugestões, o seu voto será um voto ordenado e disciplinado. Não se deveria duvidar que o prefeito receba informações atualizadas e precisas de como vota cada um dos seus representantes e proceda a substituir qualquer um que não apoie de forma entusiástica o processo.

No setor privado estão claramente formados dois blocos, com alguns indecisos sendo disputados por cada um dos blocos.  Os representantes do poder econômico vinculados ao setor imobiliário, com seus lobistas e os representantes da sociedade organizada, em maior numero agrupados nos chamados movimentos populares e no caso das ONGs e Entidades profissionais com membros divididos entre cada um dos setores.

Se o Conselho da Cidade optar por realmente debater o texto da LOT e analisar com critério o seu impacto e implicações Joinville e a democracia sairão vencedores deste embate. Se o poder publico continuar articulado com o poder econômico e usar da pressão e do poder que detém, todos perderemos.

6 de outubro de 2012

A nova LOT em imagens


 A LOT que tanta pressa tem ver aprovada o prefeito Carlito Merss encerra alguns presentes de grego. A pesar dos discursos dos seus assessores mais diretos  dizendo que a cidade deve ser adensada a verdade é que  Joinville tem aumentado e ainda querem aumentar mais o seu perimetro urbano, avançando sobre areas rurais tradiconais como a Estrada da Ilha e a região da Vilanova. O residencial Trentino foi aprovado sobre uma antiga arrozeira igual que esta acontecendo na área da rodovia do arroz.

A imagem mostrada no grafiti mostra a forma como esta sendo tratado o planejamento urbano de Joinville, com uma voracidade desenfreada e uma complacência servil de quem deveria zelar pelo futuro da cidade.


26 de abril de 2012

O nosso Plano Diretor é um balcão de negócios?


“Plano Diretor não é balcão de negócios”, alerta arquiteto

Em passagem por Londrina, um dos grandes nomes do urbanismo brasileiro em atividade, o arquiteto paulista Decio Tozzi alerta sobre o que chama de “balcão de negócios” em torno dos Planos Diretores país afora. Inovador e crítico, não perdoa cidades que constróem planos com fins meramente comerciais – e onde a população fica em segundo plano. O maior exemplo à mão é o de São Paulo, onde mantém seu estúdio. Ao JL, concedeu a seguinte entrevista:

JL - Por que no cenário de desenvolvimento econômico as cidades ainda ficam para trás e permanecem feias, degradadas, com espaços públicos desvalorizados?

Tozzi - Realmente as cidades explodiram com a população. As cidades não estão preparadas para suportar mais automóveis, mais gente, mais tudo. Equipamentos de infraestrutura para saúde, escola, transporte, serviços urbanos, enfim, tudo fica muito precário porque o grande número de pessoas assola o planejamento. As cidades não previram: apenas vieram a reboque do aumento das atividades econômicas. Oras, é preciso que o sistema municipal de planejamento preveja e antecipe problemas porque senão caminhamos para o caos. E o caos maior, mais visto, é o ambiental. Ocorre que a cidade é colocada como negócio e sendo assim, é sujeita à predação voraz. E o capital entrega mesmo: derruba árvores, casas antigas.... Imaginem: Londrina ainda tem muitas quadras com miolo verde. Cada vez mais esse arvoredo de fundo de quintal, tão agradável nos outros tempos, desaparece. Ninguém percebe que as árvores do quintal foram cortadas, e a cidade começa a ficar um deserto. A flora some. A fauna vai embora. E a nova fauna são os insetos, os ácaros, os fungos. Estamos criando ilhas de calor: segundo os geógrafos, núcleos onde toda a vegetação foi cortada entre o concreto e ao asfalto. E as ilhas de calor mudam o ambiente. O que causa é a verticalização? Ela pode ser feita, mas tomando os cuidados para que não se dizime o verde e o equilíbrio ambiental.

Quando se discute Plano Diretor, estão fundamentalmente presentes imobiliárias e construtoras, além de engenheiros e arquitetos... Como os moradores podem se apossar da cidade e não só os negócios?

Platão dizia o negócio como a negação do ócio. E a cidade deve ser concebida para o lazer, o convívio. Os que compram apartamentos estão ávidos por não serem expulsos. Moravam no chão e compram no 10º andar. Mas não percebem o processo perverso que a cidade como balcão de negócios pode gerar. Sou de São Paulo, cidade que já levou esse processo às últimas conseqüências. Lá é um deserto completo: temos ilhas de calor violentas e diferenças de 7 a 8 graus entre bairros com massa de prédios bairros sem verde. Imagine isso... A fauna se foi: o mais perto que se tem de um passarinho é o pingüim de geladeira. Cidades com até 200 mil pessoas ainda tem tempo de fazer um planejamento sem perder qualidades ambientais.

Contribuição de Sérgio Gollnick

25 de abril de 2012

Plano diretor, LOT e Audiências públicas.




Ficou mais claro que a manobra para aprovar a Lei de Ordenamento Territorial de afogadilho foi desarmada definitivamente, as últimas iniciativas para alterar o zoneamento de áreas rurais e para aumentar o perímetro urbano, ficaram sepultadas por enquanto.

Ainda que a prudência recomende ficar de olhos bem abertos, o resultado final mostra que alterações pontuais de zoneamento para beneficiar a uns e prejudicar a outros serão mais difíceis no futuro.
Os discursos pela legalidade de alguns vereadores, que até ontem foram recalcitrantes defensores do contrario surpreendem e devem ser vistos com cepticismo, ou melhor com muito cepticismo. 

17 de abril de 2012

Precisa aumentar o perímetro urbano?


A mão invisível

A insistência, que beira já a teimosia, de alguns vereadores em aumentar de forma descarada e despropositada o perímetro urbano de Joinville em nome do desenvolvimento e utilizando o discurso de atender a pressão das entidades empresariais, permite identificar com claridade quem é o dono da mão invisível, a que Adam Smith fez referencia no livro A Riqueza das Nações.

Aumentar o perímetro urbano é uma decisão equivocada e aqueles que se alinham com a defesa desta iniciativa prestam um triste serviço à cidade e comprometem o seu futuro. Para obter pingues benefícios privados hoje, estão colocando em jogo o futuro não só do cinturão verde da cidade, mas também da própria cidade. Caso a ignóbil iniciativa persevere e tenha êxito, estaremos enobrecendo e legitimando a cobiça e o egoísmo. Não faltarão vozes que defendam o aumento da riqueza que este avanço sobre as áreas rurais produzira. O aumento da arrecadação que representarão, para os cofres municipais, os impostos que estas novas áreas urbanas geraram. Tampouco faltaram os que apóiem a iniciativa como uma forma de enriquecer a proprietários estultos que não conseguem vislumbrar como este aumento artificial do valor do solo os beneficiará e fará deles milionários.

O beneficio de poucos representará o aumento dos custos da cidade para todos. A costumeira socialização do prejuízo. O transporte coletivo precisará percorrer um maior numero de quilômetros e ficará mais caro. As novas comunidades exigiram escolas aonde não há. A demanda por novos postos de saúde, por mais segurança e por todo tipo de serviços públicos hoje inexistentes numa área ocupada por agricultores, gado e lavouras e formada por grandes espaços abertos e moradores tradicionais, se converterá num custo que todos teremos que pagar. Estaremos uma vez mais socializando os custos e o prejuízo, para que uma minoria aumente o lucro e os seus benefícios. Um modelo de ocupação urbana tradicional na historia de Joinville

Aprovando o aumento do perímetro urbano, estaremos extraindo, em nome do desenvolvimento e da geração de riqueza, a moral duvidosa, a culpa e o pecado. Não deverá nos surpreender que as ruas e avenidas que surjam nestes novos bairros levem os nomes dos vereadores, dos empreendedores ou das autoridades que coniventemente tenham se empenhado na aprovação e na legitimação deste absurdo.



Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

13 de setembro de 2011

Aprendendo com a historia

UTOPISTAS ROMÂNTICOS

O planejamento do futuro da cidade vem continuadamente recebendo influência de modelos que já provaram não terem alcançando seus objetivos. Entre muitas propostas, a possibilidade de facilitar a verticalização sem maiores garantias para com a qualidade de vida (mobilidade urbana, geração de poluição, conforto ambiental e a justa distribuição dos ônus e bônus de infra-estrutura), me fez lembrar um empreendimento que se implantou próximo de Joinville.

Benoit Mure chegou ao Brasil em novembro de 1840 na tentativa de convencer o Império do Brasil a contribuir para implantação de uma sociedade anarco-socialista, denominado Falanstério, baseada nas teses dos utopistas românticos, os franceses Saint-Simon e Fourier e o inglês Owen, que através do associativismo (Fourier) ou cooperativismo (Owen), controle da produção e consumo e na educação da correta utilização das “paixões humanas,” seria possível instaurar o reino da “Harmonia.”

Após muitas negociações com o Império, Mure ganhou a concessão de uso de terras em Santa Catarina, escolhendo a Península do Sahy, próxima ao porto da Vila de Nossa senhora de São Francisco Xavier do Sul, hoje apenas são Francisco do Sul.

O Dr. Mure mantinha na França associados que organizaram o embarque das famílias da “Sociedade Industrial” para o Brasil, entre eles Michel Marie Derrion, que chegou por aqui em dezembro de 1841. Afastados pelo Atlântico, trocaram correspondências sobre o andamento do projeto e numa destas Derrion escreve a Mure de que “acreditava que os industriais, ao invés de trabalharem no sentido de realizar lucros, atuariam em prol do interesse geral. ”Sobre tal crença é importante a observação de Henry Denis em 1974 de que: “Não se pode servir simultaneamente ao capital e à sociedade.”

Sob o efeito destas informações históricas filosóficas que envolvem: o modelo social e econômico, produção e consumo, educação e princípios ético, e até no ente público em propor legislação urbanística no sentido de conceder ou permitir usos das terras, surgem duvidas para com as conseqüências na forma que nossa nova lei de ordenamento territorial esta sendo redigida.

Pode ser que devido minhas limitações não consiga ler a “adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de expansão urbana compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social e econômica do Município e do território sob sua área de influência, a justa” e obrigatória “distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de urbanização,” além de outras interações com outros planos complementares que priorizem a qualidade de vida e o prosperar coletivo.

Será que alguém se prontifica a responder meu dilema?

Arno Kumlehn

Arquiteto Urbanista

APOIO BIBLIOGRAFICO:

Thiago, Raquel S. – Fourier: Utopia e Esperança na Península do Sai – UFSC/FURB 1995

Scheffel, Marcos V. – Porto Barrancos: Berço de Garuva – LETRADÁGUA 2007

Estatuto da Cidade – Lei n.° 10.257

Outorga generosa

Outorga generosa




Não sou favorável à permissão, em grandes áreas de cidade, para construção de edifícios mais altos, pelo contrário. O projeto em discussão parece ter como objetivo o de agradar aos especuladores imobiliários que defendem a verticalização e adensamento de áreas cada vez maiores. Ao conceder graciosamente, e em troca de nada, o direito de construir prédios cada vez mais altos em mais bairros e ainda pretender que Joinville arrecade fortunas com a criação da outorga onerosa é andar atirando no pé. Aliás, se a outorga onerosa,aquele pagamento à Prefeitura para construir mais que o permitido (o município, em tese usa esse recursos em compensações urbanísticas, mas isso é um outro assunto), não for muitíssimo bem conduzida, alem de não arrecadar o que está sendo imaginado, também pode prejudicar outro mecanismo importante, o de transferência do direito de construir.




Sem a transferência do direito de construir, a outorga onerosa se converterá num cheque em branco, que permitirá verticalizar e adensar, sem trocar este novo "direito" nem por recursos para a cidade, nem pela preservação do patrimônio, nem por maior qualidade de vida em outras áreas. A dadivosa oferta de novos espaços para adensar e verticalizar em troca de absolutamente nada, ou no máximo uma tapinha nas costas, nos leva a desconsiderar que o interesse por adquirir a outorga onerosa será nulo. A lei, ainda não revogada, da oferta e da procura, garante que excesso de oferta, produz perda do seu valor. Havendo oferta garantida de áreas para construir centenas de prédios de 12 ou mais andares, em praticamente toda a área nobre da cidade, não será necessário, salvo em poucos casos, arcar com o ônus que representaria adquirir o direito de construir alguns andares adicionais. Para resumir, para que pagar por andares extras na área central se perto dali também forem permitidos mais andares?




A transferência do direito de construir está prevista no projeto de lei do Inventário do Patrimônio Cultural de Joinville. A diferença dos dois é que, no caso da transferência do direito de construir, esse aumento de gabarito (mais andares) deve ser adquirido de outros proprietários (e não da Prefeitura). O grande beneficiado, no caso da transferência, será o proprietário de bens inventariados como patrimônio cultural, em muitos casos seria esta a única moeda de compensação do valor imobiliário.




Ambos os mecanismos podem ser regulamentados na cidade, mas temos que discutir com o máximo cuidado os impactos (positivos e negativos) que a implantação pode causar. Finalmente, se a cidade liberar o aumento generalizado, esses mecanismos (transferência e outorga) perderão completamente o sentido.


 Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC


14 de junho de 2011

Ainda as contas

Este blog outorga a primeira bolsa de estudos da Cátedra Al-Khwarizmi de Matemática para administradores públicos para a presidente do IPPUJ, Roberta N. Schiessl, pelo seu texto “Entre a matemática e a vida”. Não tanto pelos cálculos que fez para chegar a estranhos 99,9 %, como pelas respostas que não deu, para justificar o descompasso entre a oferta atual de espaço já autorizado para receber 9.000.000 de habitantes e os projetados 750.000 habitantes que o próprio instituto que preside apresenta. Sem que fosse preciso aumentar um único andar adicional os já permitidos hoje. Na falta de argumentos técnicos e precisos uma opção adequada é optar por uma abordagem mais emotiva e com menos conteúdo.

Sobre o fato de confundir a taxa da ocupação da torre de 50 % com a taxa de ocupação de 100 % no embasamento de 4 andares com permeabilidade 0%, para as áreas de adensamento 1 (em vermelho no mapa apresentado pelo IPPUJ ao Conselho da Cidade) não acredito que seja má fé e sim puro desconhecimento.

Como diz o meu xará Jordi Bordas, “ O menor caminho entre dois pontos é o mais bonito” e os nossos caminhos em Joinville estão ficando cada dia mais longos.

Entre a matemática e a vida, por Roberta Noroschny Schiessl*

Curioso o artigo “As contas, sempre as contas”, de Jordi Castan (13/6), uma vez que é idêntico ao texto publicado no dia 9 de maio no mesmo espaço. A repetição do artigo é demonstração de que o colunista quer e merece resposta, já que ocupa 99,9% do espaço que lhe destina este jornal para criticar incisivamente as ações do Ippuj, e deve ser, no mínimo, ouvido e avaliado. Segundo o referido artigo, dados do instituto demonstram que a cidade tem 52 milhões de metros quadrados em vazios urbanos e que a conta do articulista levaria a 145 mil lotes disponíveis para habitação. Esses lotes proporcionariam moradia para mais 600 mil habitantes, sem necessidade de adensar e verticalizar. Parece lógico? Sim, é matemático. Mas isso, segundo arquitetos e urbanistas, não é planejamento urbano.

A proposta do Ippuj prevê adensamento prioritário sobre os lotes baldios, colocando as pessoas na malha urbana onde ela já existe, para não abrir mais ruas, que dependerão de mais infraestrutura urbana, permitindo que investimentos sejam destinados aos espaços já ocupados.

Quando se impulsiona a verticalização com elevação de gabarito, propõem-se prédios com formas sustentáveis, ou seja, mais esbeltos, que ocupem menos o solo urbano e garantam mais ventilação, insolação e permeabilização. Essa proposta se coaduna com o pensamento dos urbanistas contemporâneos, que recomendam prédios altos, com taxa de ocupação do solo limitada, em lugar de construções mais baixas, ocupando maior área e impermeabilizando o solo. Convém lembrar que o texto do Ippuj limita a taxa de ocupação do solo a 50% e cria a de permeabilidade em 20%, liberando o chão da cidade para seus pedestres.

Além disso, impulsionar a moradia no Centro da cidade é dar a esse espaço maior vitalidade, mesclando moradia com serviços – conceito de cidade compacta – reduzindo o deslocamento das pessoas com automóveis, que geram queima de combustíveis fósseis e perda de qualidade de vida quando exigem uso por tempo prolongado. Como diria o arquiteto e urbanista catalão Jordi, este de sobrenome Bojas: “A menor distância entre dois pontos é o caminho mais bonito”.

Lendo atentamente a parte da proposta que trata das ARTs (áreas rurais de transição) e Arucs (áreas rurais de uso controlado), o articulista verificará que o uso continua rural, mas com efetivo controle, porque ao poder público não é dado agir quando a lei assim não o prevê. A falta de expressa previsão legal da forma como a cidade quer a ocupação dessas áreas é que contribui para seu uso inadequado. Enfim, a matemática é instigante, mas a vida é muito mais. É para ela que se pensa a cidade.

*presidente da Fundação Ippuj

11 de junho de 2011

As contas, sempre as contas




As contas, sempre as contas


Não parece que as contas sejam o forte dos nossos políticos. Na Prefeitura de Joinville, a alegada dívida deixada pelo governo anterior circulou entre R$ 100 milhões, R$ 50 milhões ou R$ 25 milhões. Na Câmara, alguns vereadores ainda não têm certeza de quanto foi o aumento de IPTU que eles aprovaram. Não sabem quanto representa de aumento 2% sobre o valor venal do imóvel, ou quanto é um desconto de 3% sobre o valor do imposto devido. São contas complexas e que a maioria tem tido dificuldade em fazer.


O Ippuj nos brinda com algumas informações interessantes. Joinville tem 52 milhões de metros quadrados em vazios urbanos, já descontadas as áreas com restrições ambientais. Sobram dentro do perímetro urbano 52 milhões de metros quadrados vazios. Numa conta fácil, conta que quitandeiro faz centenas de vezes por dia, considerando o lote mínimo de 360 metros quadrados, caberiam neste vazio 145 mil lotes. Se considerarmos uma media de quatro membros por família, estaríamos falando de quase 600 mil habitantes a mais. Sem aumentar um metro o perímetro urbano e sem levantar nenhum andar.


As contas que o Ippuj apresenta para justificar o desejo de adensamento e verticalização tem a consistência de uma nuvem, do ar puro, em outras palavras nenhuma. Se o mesmo instituto estima que no atual perímetro urbano, com os coeficientes e gabaritos atuais caberiam em Joinville nove milhões de habitantes, sem alterar o zoneamento atual e os mesmos técnicos projetam uma Joinville de 750 mil habitantes para 2035. Como justificar, a vontade de verticalizar, de adensar a cidade?


O discurso do elevado custo da infraestrutura urbana tampouco é consistente ou acaso vamos a deixar de asfaltar, fornecer água e esgoto aos moradores de todas e cada uma das ruas do perímetro urbano atual? Com certeza que não. O que devemos é nos empenhar em manter o atual perímetro urbano, evitando o seu avance sobre a área rural e as áreas verdes remanescentes por médio de ARTs, ARUCs e outras artimanhas legais.


Uma idéia seria implantar na Escola do Legislativo, já proposta pelo presidente da Câmara de Vereadores, um curso de matemática básica. Para ensinar pouca coisa mais que as quatro operações e um pouco de senso comum. Que poderia receber o nome de cátedra Al-Khwarizmi em homenagem ao matemático árabe que desenvolveu a aritmética e a álgebra. Gottfried W. Leibniz e Leonardo de Fibonacci seriam alternativas de nomes.

Publicado no jornal A Noticia de Joinville SC

24 de maio de 2011

Quebra-cabeça (*)


Quebra-cabeça incompleto


A lei de ordenamento territorial tem como objetivo regulamentar e disciplinar o uso e a ocupação do solo em todo o município de Joinville, não só na sua área urbana, também na sua área rural. Para que todas as variáveis a serem consideradas possam ser incluídas é necessário um trabalho complexo e detalhado. A soma das informações necessárias para a tomada de decisão forma um gigantesco quebra-cabeça, que precisa de todas as peças se encaixem para conseguir que a cidade funcione.


Considerar as variáveis de mobilidade, de alagamento, de adensamento, a disponibilidade de água e esgoto tratado, as áreas verdes, as escolas, os serviços de saúde, as praças, as ciclovias, os corredores de ônibus, a largura das ruas, o tamanho dos lotes ou do perímetro urbano entre muitos outros, são os elementos que formam o emaranhado do tecido urbano. Considerar só uma parte deles e esquecer-se de outros é querer montar o quebra-cabeça sem dispor de todas as peças.


O Conselho da Cidade tem dedicado, nos últimos dois anos, tempo a debater a largura das calçadas, a necessidade do Estudo de Impacto de Vizinhança, (EIV) ou a outorga onerosa do direito de construir, todos eles temas importantes, porem não tão urgentes como a Lei de Ordenamento Territorial, que alguns parecem desejar que Joinville se converta num campo de batalha, para o enfrentamento de posições encontradas. A melhor prova de que os temas até agora debatidos não tinham nenhuma urgência é que até esta data alguns nem foram encaminhados a Câmara de Vereadores e nenhum foi regulamentado ainda.


Aquele tempo desperdiçado esta fazendo falta e o calendário impiedoso faz que os debates sejam abreviados, que a analise seja superficial e que se force um consenso inviável. Sem dispor da maioria das peças do quebra-cabeça e temerário poder asseverar que o resultado final que será entregue em outubro a Câmara de Vereadores, possa ser a melhor proposta, o resultado esta muito aquém da capacidade dos envolvidos.


Será importante para o futuro de Joinville que o legislativo atue com a responsabilidade que o momento exige e promova os debates que estão faltando, requeira todas às informações que ainda faltam e só vote e aprove depois de dispor e analisar todos os dados. A pressa neste caso esta se mostrando a maior inimiga da perfeição.

24 de fevereiro de 2011

Mapa das inundações


Mapa das inundações

O jornal Noticias do Dia informa que:

“Desde quinta-feira, as sete secretarias regionais inseridas na bacia hidrográfica do Rio Cachoeira contam com uma nova ferramenta de gestão: o mapa de inundações. Eles foram produzidos a partir de um estudo do Plano Diretor de Drenagem Urbana que integra o Viva Cidade (Projeto de Revitalização Ambiental e Qualificação Urbana em Áreas das Bacias Elementares dos Rios Cachoeira, Cubatão e Piraí), realizado pela Prefeitura com financiamento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Para mapear as áreas, o estudo levou em consideração os dados de chuvas históricas e maré. “Para calibrar o modelo utilizamos como base as áreas atingidas pela enchente de 2008”, explicou a coordenadora do Viva Cidade, Carla Cristina Pereira.”

O texto só comprova o que já estamos ficando roucos de falar, o planejamento urbano de Joinville não considerou no macrozoneamento e continua sem considerar as áreas de risco de Joinville. Ainda da tempo para corrigir o esquecimento e incluir no Plano Diretor as informações contidas neste mapa.

Como não poderiam incluir no planejamento informações que não estavam disponíveis, a pesar de citadas pelos conferencistas, agora é a hora de incluir.

11 de fevereiro de 2011

O IPPUJ e a Fundema falam de permeabilidade...





"Quando dizemos que os empreendimentos terão de se adequar, falamos em menos áreas impermeáveis, por exemplo. O certo é o empreendedor, não só a Prefeitura, ter responsabilidade." Luiz Alberto Souza - Presidente do IPPUJ e do Conselho da Cidade

As imagens mostram que em quanto o discurso fala em permeabilidade a lei que o IPPUJ apoia e estimula, surge uma cidade cada dias
mais impermeável. Sem espaços verdes, sem arvores, sem calçadas para os pedestres e com a prioridade absoluta para o carro. Uma cidade cada vez menos sustentável e menos humana.

A distancia entre a realidade e o discurso ficou intransponível. A permeabilidade propalada fica só na conversa mole, de concreto mesmo, só o paver, o cimento e a impermeabilização da cidade.

3 de fevereiro de 2011

No Rio de Janeiro...


... aqui em Joinville ainda estamos andando na contramão a passos largos em direção ao brejo.

Plano diretor do Rio descentraliza cidade e prioriza paisagem

Projeto, com nova política de ocupação urbana, deve ser sancionado pelo prefeito

O Plano Diretor do Rio a ser sancionado hoje pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB)
destaca a importância de preservar o ambiente e a paisagem da cidade e expõe preocupação
em controlar a ocupação de áreas de risco.

A paisagem da cidade é considerada "o mais valioso bem" do município, e a ocupação
urbana é condicionada a sua preservação.

Atrasado em nove anos, o plano divide a cidade quatro áreas, de acordo com o estimulo
de ocupação.

Os bairros onde se concentrará a Olimpíada são considerados ambientalmente frágeis.
A ocupação, segundo o documento, vai depender de investimentos públicos.

Outra preocupação do plano é criar novos centros comerciais e de serviços, para descentralizar o destino das viagens diárias feitas pelos moradores da cidade. Hoje, a concentração das atividades econômicas na Barra, no centro e na zona sul, por exemplo,
causam gargalos no transporte público. A idéia do plano é criar novos polos na cidade. Paes deve vetar alguns artigos do plano, aprovado no final de 2010 na Câmara. Ele ainda não anunciou quais.

Criado para guiar o crescimento e desenvolvimento das cidades, o Plano Diretor do Rio deveria ter sido atualizado há nove anos. O último, aprovado em 1992, perdeu a validade em 2002. Desde então, a Câmara não conseguiu aprovar novo documento.
Com a atualização, a cidade finalmente incluirá em seu ordenamento jurídico instrumentos
criados pelo Estatuto das Cidades, como a outorga onerosa (pagamento para construir mais do que permitem as regras urbanísticas de cada região).

Folha de São Paulo,
2 de Fevereiro de 2011
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