A Joinville do amanha
Deixando de lado a abordagem sobre se teremos
10 ou 12 pavimentos nesta ou naquela rua, se será duplicada uma ou outra
avenida ou se teremos finalmente um ou dois viadutos que coloquem Joinville no
caminho da modernidade, se considerar a visão dos que acreditam que estes são
os aspectos a partir dos quais se define ou se estabelece o modelo e a imagem
de uma cidade. Persistindo esta forma de olhar, o que prevalece é uma visão
parcial que reduz a cidade a um espaço físico e que estabelece como prioridade
o investimento em infraestrutura. Acrescente-se nesse olhar ultrapassado a
ideia que isso seja modernidade e desenvolvimento. A cidade fica assim reduzida
a sua estrutura física, as suas ruas e construções e se desconsideram os seus
elementos vitais, os que lhe conferem as suas características únicas e
diferenciais.
Estes conceitos eram
validos no final do século 19 e durante quase todo o século 20, mas não são
suficientes para definir e projetar as cidades do futuro. Ao centrar o debate
sobre a cidade em critérios obsoletos corremos um risco de chegar tarde aonde
seja que estejamos indo.
A discussão sobre o
modelo de cidade, passa entre outros muitos pelo seu conceito de prosperidade,
pelo modelo de cidadania e também pela sua decisão de ser uma cidade inserida
ou não num contexto inovador e sustentável.
Tenho dificuldade em identificar qualquer um destes pontos na Joinville
do amanha.
As cidades, ou melhor,
as regiões que serão referencia no futuro próximo são aquelas que tenham
estratégias regionais de inovação. Neste
sentido é importante que identifiquemos quais as regiões mais inovadoras do
mundo e possamos identificar quais as características que as diferenciam das
demais. Em que pontos se alicerça este modelo de desenvolvimento? Qual é a base
da sua competitividade e como construir as condições para promover este desenvolvimento
sistêmico? Joinville ao longo da sua curta historia, já foi uma cidade
inovadora e ainda hoje usufruímos todos da riqueza econômica, cultural e social
que se criou naquela época.
É um erro insistir em
imaginar uma Joinville maior, com um milhão de habitantes, por exemplo, quando
seria aconselhável concentrar todos os esforços em projetar uma Joinville
melhor, com maior renda per capita, com melhores condições de mobilidade e
acessibilidade, com mais qualidade de vida, que atraísse empresas inovadoras e
que fosse competitiva pela sua eficiência como cidade. Fazer a escolha errada
terá um custo elevado, menos para nos e mais para as gerações futuras.
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