24 de abril de 2019

O Futuro de Joinville



Depois que ficou escancarado o desejo dos joinvilenses pelo progresso a qualquer preço, ganha corpo o modelo econômico que busca maximizar o lucro em detrimento da qualidade de vida, do verde, do bom senso e até do futuro. Até porque pensar no futuro não é o forte dos populistas. Falta tanto tempo para que as novas gerações assumam que temos que pensar no aqui e no agora.

O futuro de Joinville não depende das decisões que se tomem no futuro, o futuro dependerá de como impactarão as decisões e as ações que tomemos ou façamos agora. Peter Drucker entendeu bem a importância de tomar hoje as decisões certas. O prefeito acreditou que o seu projeto Joinville 2030 seria uma forma de fugir pra frente das suas responsabilidades com a cidade e o seu futuro e apostou que ninguém lembraria em 2030 do que ele prometeu fazer em 2012. A sua vida ficou mais difícil com a internet, os prints dos seus posts e o google. Alias ele nem precisava ter apagado suas postagens, até porque não há quem não esqueça de todas as promessas que fez sem ter intenção de cumprir. O eleitor ainda não aprendeu que quem muito promete é porque não vai cumprir.

O mais novo projeto sendo arquitetado nos corredores da SEPUD, com o aval do prefeito é o de rebaixar a Cota 40 em todo o perímetro urbano do município de Joinville. Assim acaba de vez o problema com os ecochatos, os verdolatras e os xiitas do meio ambiente. Como a Cota 40 não é desprezível, o projeto, em estudo, contempla também o aproveitamento do barro que seria retirado da área a ser “minerada”, este material seria destinado ao aterro dos manguezais. A logica de muitos joinvilenses é a de que a Cota 40 só tem mato, e que o mangue é um criadouro de mosquitos. Que os caranguejos se reproduzem no bar do Janga e vivem felizes em geladeiras até ser colocados na panela.

Acreditam os gênios da SEPUD que rebaixar a Cota 40 só traria vantagens para a cidade, poderiam se instalar dezenas de megalojas como a Havan em toda a área hoje tomada pelo mato e ainda no mangue aterrado seria possível construir dezenas, centenas de projetos habitacionais que passariam a pagar IPTU, COSIP e qualquer outra taxa que os caranguejos e os guaras hoje não pagam. Ninguém entende que uma ideia tão brilhante não tivesse sido pensada antes. Mas essa arrogância toda é fruto e resultado da própria ignorância, do mais puro desconhecimento. Décadas atras já houve um projeto semelhante que previa o rebaixamento do morro do Boa Vista e o aterro do mangue. Um projeto da mesma época em que uma lei municipal passou a proibir a brisa em Joinville. Hoje o legislativo municipal consome um orçamento soberbo para aprovar leis para proibir os canudinhos plásticos, estabelecer o dia do papagaio de olhos azuis, ou definir o tempo de espera na fila de lotérica, e é que no quesito projetos e leis estapafúrdias em Joinville as coisas não têm mudado em décadas. Continuamos no mundo da lua, governados por lunáticos e trogloditas.

2 comentários:

  1. Reinlado Pschaeidt Gonçalvessexta-feira, abril 26, 2019

    Mal sabem "eles" que morreram também, nas banheiras de luxo rodeados de dólares.

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  2. Papagaio de olhos azuis? Isso é racismo. Discriminação. Só porque ele é "louro"?

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