Texto de Rafael Rosset
A França está em choque.
Mas não pelo terrorismo islâmico, nem pelos coletes amarelos protestando contra os altíssimos impostos ou contra a imigração desenfreada.
A França está em choque porque descobriu que a Amazon local queima milhares de produtos novos, como fraldas, cafeteiras e brinquedos, numa prática chamada de "aberração ecológica, econômica e social" pelo canal M6, que exibiu o documentário "Capital".
Funciona assim: a Amazon tem 6 gigantescos armazéns na França (e outros tantos em países como Reino Unido e EUA). Um produto que não é vendido, nem após sucessivos descontos, ocupa espaço no armazém, e espaço custa dinheiro. Logo, a empresa devolve o produto ao fornecedor.
Só que a devolução implica no desembolso do frete. A depender do valor do produto, o frete simplesmente não compensa. A saída, claro, seria doar o produto. Só que o governo francês (assim como o brasileiro) tributa doações.
Sim, o Estado de Bem Estar Social cobra impostos sobre a caridade privada pra financiar a solidariedade pública (e outras coisas mais, que nós brasileiros conhecemos bem).
Se custa caro manter o produto em estoque, se custa caro devolver o produto ao fornecedor, e se custa mais caro ainda doar, a saída, claro, é queimar.
Como o Estado francês pretende resolver isso? 1- Reconhecendo que uma corporação sempre vai agir para maximizar seu retorno dentro do quadro institucional desenhado, ou 2- vendendo uma narrativa de "empresa capitalista má que precisa ser detida pelo governo bondoso"? Qualquer mente organizada, adepta da primeira visão e com alguma noção de Análise Econômica do Direito, sugeriria abolir o imposto sobre doações, ou então que o governo comprasse os estoques da Amazon a preços de custo e o distribuísse a quem deles necessita.
Só que Bruine Poirson, secretária de Estado do ministro da Transição Ecológica (sim, isso existe), não concorda com isso, e já informou que proporá uma lei que PROÍBA a Amazon de se desfazer de seu estoque. Uma tal legislação, se aprovada, evidentemente encarecerá todos os produtos vendidos no site, e dificultará o acesso dos mais pobres a produtos e serviços, efetivamente PIORANDO a vida de todos. No limite, a Amazon deverá restringir a variedade de produtos ofertados ao consumidor francês, limitando-se a vender somente aqueles produtos cuja venda é garantida. E Emmanuel Macron, indignado, prometeu aumentar os impostos sobre os lucros de varejistas online, o famoso (e também bem conhecido no Brasil) princípio de "você está sendo bem sucedido DEMAIS, vou te tributar", medida que também vai encarecer o mix da loja, em prejuízo dos mais pobres.
Não existe nada no mundo que seja mais inimigo do pobre do que as esquerdas, desde a centro esquerda liberal e social democrata até a extrema esquerda stalinista/trotskista: é um exército de "intelectuais" e "especialistas" unidos pra infernizar a vida dos mais humildes sob o pretexto de defende-los.
https://tamebay.com/2019/01/french-tv-reveals-amazon-france-destroy-products-by-the-million.html
A França está em choque.
Mas não pelo terrorismo islâmico, nem pelos coletes amarelos protestando contra os altíssimos impostos ou contra a imigração desenfreada.
A França está em choque porque descobriu que a Amazon local queima milhares de produtos novos, como fraldas, cafeteiras e brinquedos, numa prática chamada de "aberração ecológica, econômica e social" pelo canal M6, que exibiu o documentário "Capital".
Funciona assim: a Amazon tem 6 gigantescos armazéns na França (e outros tantos em países como Reino Unido e EUA). Um produto que não é vendido, nem após sucessivos descontos, ocupa espaço no armazém, e espaço custa dinheiro. Logo, a empresa devolve o produto ao fornecedor.
Só que a devolução implica no desembolso do frete. A depender do valor do produto, o frete simplesmente não compensa. A saída, claro, seria doar o produto. Só que o governo francês (assim como o brasileiro) tributa doações.
Sim, o Estado de Bem Estar Social cobra impostos sobre a caridade privada pra financiar a solidariedade pública (e outras coisas mais, que nós brasileiros conhecemos bem).
Se custa caro manter o produto em estoque, se custa caro devolver o produto ao fornecedor, e se custa mais caro ainda doar, a saída, claro, é queimar.
Como o Estado francês pretende resolver isso? 1- Reconhecendo que uma corporação sempre vai agir para maximizar seu retorno dentro do quadro institucional desenhado, ou 2- vendendo uma narrativa de "empresa capitalista má que precisa ser detida pelo governo bondoso"? Qualquer mente organizada, adepta da primeira visão e com alguma noção de Análise Econômica do Direito, sugeriria abolir o imposto sobre doações, ou então que o governo comprasse os estoques da Amazon a preços de custo e o distribuísse a quem deles necessita.
Só que Bruine Poirson, secretária de Estado do ministro da Transição Ecológica (sim, isso existe), não concorda com isso, e já informou que proporá uma lei que PROÍBA a Amazon de se desfazer de seu estoque. Uma tal legislação, se aprovada, evidentemente encarecerá todos os produtos vendidos no site, e dificultará o acesso dos mais pobres a produtos e serviços, efetivamente PIORANDO a vida de todos. No limite, a Amazon deverá restringir a variedade de produtos ofertados ao consumidor francês, limitando-se a vender somente aqueles produtos cuja venda é garantida. E Emmanuel Macron, indignado, prometeu aumentar os impostos sobre os lucros de varejistas online, o famoso (e também bem conhecido no Brasil) princípio de "você está sendo bem sucedido DEMAIS, vou te tributar", medida que também vai encarecer o mix da loja, em prejuízo dos mais pobres.
Não existe nada no mundo que seja mais inimigo do pobre do que as esquerdas, desde a centro esquerda liberal e social democrata até a extrema esquerda stalinista/trotskista: é um exército de "intelectuais" e "especialistas" unidos pra infernizar a vida dos mais humildes sob o pretexto de defende-los.
https://tamebay.com/2019/01/french-tv-reveals-amazon-france-destroy-products-by-the-million.html
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