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Mas da mesma forma que acreditamos que Deus esta nos
detalhes, também o diabo tem se feito presente nos detalhes. Planejar é uma
coisa, executar é outra bem diferente. A Joinville planejada no plano diretor
de 1973, disso já faz mais de 40 anos, era uma cidade bem diferente da de hoje.
A cidade estaria cortada, de um extremo ao outro, por grandes avenidas
duplicadas. Rotatórias ou elevados permitiriam que o transito fluísse bem e de
forma segura. Atravessar Joinville de ponta a ponta seria rápido e confortável.
O Rio Cachoeira estaria margeado por um parque linear que faria inveja aos
grandes parques urbanos com que a população tanto sonha. O IPPUJ não precisaria
ficar remendando a cidade com binários, trinários e outras invencionices que
são só paliativos para problemas que não existiriam se o que foi planejado
tivesse sido feito.
Se duplicar uma avenida como a Santos Dumont ou um trecho da
Dona Francisca se converte numa missão quase impossível. Se a execução de pouco
mais de meia dúzia de áreas verdes, se alastra por mais de três lustros, sem
que Joinville tenha espaços públicos dignos de ser considerados parques e já seja
necessário reformar as recentemente construídas. Recomenda o bom senso que se
duvide da nossa capacidade de projetar e executar a Joinville dos próximos 30
anos. Ou que no mínimo seja questionada
esta visão idílica de uma cidade que será melhor só daqui a três décadas.
Se não conseguimos fazer bem as coisas mais simples, aquelas
que deveriam fazer parte do quotidiano de uma cidade que insiste em querer ser
a maior do estado e que poderia muito bem investir um pouco em ser a melhor. O
que deveria nos deixar com a pulga atrás da orelha é que se não há a quem
reclamar hoje que não tenha sido executado o que foi projetado em 1973, a quem
questionar o que não tenha sido implantado em 2045 o que foi projetado em 2014?
Quem vai lembrar? Ou estaremos naquela época planejando a Joinville de 2075. Essa
sim será a cidade ideal e quem viver verá.
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