POR JORDI CASTAN
Vez por outra os posts deste espaço têm como tema a administração pública, a sua forma de funcionar ou de não fazê-lo com a eficiência que, como contribuintes e cidadãos, gostaríamos.
Boa parte das críticas se dirigem à figura do prefeito. Ter focado a sua campanha eleitoral na imagem de gestor e num suposto conhecimento dos problemas da saúde faz com que as cobranças e criticas sejam mais veementes agora. É parte do preço a pagar por haver criado expectativas maiores que as que poderia atender. Para complicar um pouco mais as coisas para o seu lado, o prefeito repetiu como um mantra durante toda a campanha e mesmo depois de eleito que o problema não era falta de dinheiro e sim falta de gestão. Há dezenas de vídeos por aí que provam o como é perigoso falar sem conhecimento do que não se sabe em profundidade.
A pergunta que muitos nos fazemos, e que gostaria de compartir com os leitores é: por que a qualidade das decisões do poder publico é tão ruim? Não há um único tema que nos permita dizer ter sido bem conduzido do início ao fim. O joinvilense já sabe que as obras não serão entregues no prazo, que o orçamento vai estourar, que a qualidade final não será a melhor, que o processo será judicializado, que as ruas estão ficando às escuras, que a pintura das faixas de pedestres não dura um ano escolar, que faltou prever isso ou aquilo. E, o que é pior, que não só ninguém será punido ou responsabilizado, nem tampouco nenhuma autoridade assumirá um pedido publico de desculpas pela sua incompetência. Como se a incompetência fosse algo inerente à coisa pública e fosse “normal” ou aceitável que seja assim.
Me ocorre que parte do problema se centra no processo de tomada de decisão dos gestores públicos. Há uma diferença sensível entre correr riscos e não ter certeza. Qualquer pessoa toma decisões constantemente. Executivos e autoridades em cargos de primeiro escalão são chamados a tomar um maior número de decisões da maior responsabilidade e, por isso, suas decisões têm uma maior relevância e seus erros ficam mais em evidência.
Podemos dividir o processo de tomada de decisão em três categorias:
- Sabemos os resultados da nossa ação – Este é o caso mais fácil. Se aperto o botão do elevador o elevador se movimentará. Se coloco a chave certa na fechadura correta a porta se abrirá.
- Não sabemos os resultados, porém conhecemos as probabilidades - Neste caso o risco está presente. Se for jogar a um cassino, antes mesmo de colocar um pé nele ou de sentar na mesa de jogo sabemos que há possibilidades de ganhar ou de perder. Portanto ninguém se surpreenderá com o resultado.
- Não sabemos nem o resultado, nem as probabilidades – Isso é incerteza e a incerteza nos faz ignorantes, porque não sabemos o que pode acontecer.
Tanto na vida cotidiana como no poder público, como é a nossa administração municipal - e neste momento me atrevo a dizer que no caso que nos ocupa -, os tomadores de decisão não podem deixar o prefeito sozinho com esse abacaxi. Acreditam que estão tomando as suas decisões baseados na segunda hipótese, quando os resultados mostram que estão decidindo pela terceira.
É justamente a ignorância que faz que as decisões tomadas acreditando que se conhecem todas as probabilidades ou alternativas, sejam na realidade um salto no escuro e os resultados sejam completamente imprevisíveis.
Um bom indicador de quanto há de ignorância na tomada de decisão é olhar um pouco atrás, ler alguns jornais velhos e ver com que frequência o que aconteceu é completamente diferente do que tinha sido previsto. Mantendo o foco na gestão sambaquiana, vamos pôr o foco em alguns casos:
Os recursos transferidos ao CDL para organizar o Natal Luz e que hoje estão pendentes de um processo no TCE (Tribunal de Contas do Estado);
O caso do Crematório em que alguém acreditou que poderia descumprir a lei autorizando um empreendimento sem seguir todos os passos do processo legal (hoje o crematório continua sem poder funcionar);
Os parques da cidade são casos anedóticos, nunca se concluem no prazo e dentro do custo.
Continuamos? Não há melhor exemplo que o da LOT. Quantas vezes o poder público tem obviado as diferentes alternativas possíveis e insistido em buscar atalhos que tem se convertido numa sequência interminável de quebra-cabeças. A licitação do estacionamento rotativo ou a manutenção da iluminação pública, ou....ou... é só ir acrescentando.
Os recursos transferidos ao CDL para organizar o Natal Luz e que hoje estão pendentes de um processo no TCE (Tribunal de Contas do Estado);
O caso do Crematório em que alguém acreditou que poderia descumprir a lei autorizando um empreendimento sem seguir todos os passos do processo legal (hoje o crematório continua sem poder funcionar);
Os parques da cidade são casos anedóticos, nunca se concluem no prazo e dentro do custo.
Continuamos? Não há melhor exemplo que o da LOT. Quantas vezes o poder público tem obviado as diferentes alternativas possíveis e insistido em buscar atalhos que tem se convertido numa sequência interminável de quebra-cabeças. A licitação do estacionamento rotativo ou a manutenção da iluminação pública, ou....ou... é só ir acrescentando.
Vivemos em uma sociedade preparada para a segunda hipótese, a do risco, pois correr riscos calculados faz parte do dia a dia de qualquer administrador que toma suas decisões baseado nas probabilidades. Mas vivemos uma realidade muito mais próxima da terceira hipótese a de que ignoramos e mesmo assim decidimos correr riscos, o resultado esta aí à vista de todos.
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