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Uma opção que este blog propõe e defende.
O Secretario Eduardo Dalbosco da Prefeitura Municipal de Joinville, escreveu o texto "Dialogar Sim" no jornal A Noticia.
O texto é uma resposta ao texto Dialogar, deste blog, proponho ao leitor um ponto e contraponto em azul e preto (azul o texto do Secretario e preto os meus comentários)
Joinville vive sob um novo modelo de governo. Um modelo que tem deixado muita gente surpresa – talvez até atônita, como alguns confessam – pela capacidade da coalizão petista de dialogar, de tornar público o que antes era um tema privado, de domínio autocrático do gestor de plantão.
Nenhuma novidade neste parágrafo, a concordância é total me quanto a capacidade de "Dialogar" e ao autocratrismo.
Dialogar é um verbo. É uma ação. Implica uma parceria, uma tolerância e uma reciprocidade entre o que fala e o que escuta. Quando aquele que tem o poder se propõe ao diálogo, abre mão de suas prerrogativas e garante o compartilhamento da decisão. Temos, com isso, uma revolução democrática, constituinte da cidadania.
O que o governo municipal considera que é dialogar, como temos visto e citaremos nos próximos parágrafos é sensivelmente diferente daquilo que a maioria das pessoas consideram dialogar.
Os termos parceria, tolerância e reciprocidade, devem porem ser melhor analisados.
A relação de parceria entre a sociedade e o poder publico, tem sido e nesta gestão, não tem mudado, uma relação de acima para baixo, tolerância não é ainda uma virtude que o governo municipal domine e a reciprocidade ainda não alcançou o nível de troca necessário.
Afinal, o poder é conferido pelo voto para que a vontade pública seja exercida e não às veleidades e caprichos dos governantes. Portanto, o diálogo é uma oportunidade generosa que somente o compromisso democrático pode garantir ao cidadão, tornando a representação um caminho de mão dupla, onde o eleito presta contas, consulta, escuta e decide e o eleitor se manifesta, fiscaliza e decide junto.
Em teoria é perfeito. A nossa realidade local ainda esta distante.
É claro que a cultura participativa não se faz de uma hora para outra.
É verdade, o governo municipal esta dando os seus primeiros passos, e neste sentido deve ser apoiada a sua iniciativa.
Depois de um longo tempo de gestores profissionais,
Esta afirmação reforça a percepção do amadorismo dos atuais gestores.
com a supremacia do técnico em detrimento do político
Deve preocupar que o secretario defenda que se governe pela supremacia do político em detrimento do técnico. A menos que tenha cometido um lapso, no seu texto.
e a privatização dos espaços do poder, temos agora uma experiência que valoriza o espaço público, o conhecimento e a experiência social e transforma a política numa arena sincera de escolha do que é melhor para todos. O risco de erro fica consideravelmente reduzido.
O Secretario, pressupõe de forma errada que a vontade popular seja garantia de acerto, que o erro da maioria no existe, ou que ao ter sido consensual o erro é menor.
A participação popular é mesmo uma festa, pois todos são iguais e assim se reconhecem.
Esquece o Secretario que a igualdade a que faz referencia, deve ser a igualdade dos com CNPJ, frente a igualdade dos sem CNPJ.
Na compreensão moderna da política, e isso vale para qualquer partido, governar é democratizar a decisão, alocando de forma transparente os recursos, conduzindo coletivamente a tomada de decisões e obedecendo aos interesses públicos. Isso garante probidade, eficiência e correção.
Para lembrar o orçamento participativo, representa menos de 1 % do orçamento do município, então devemos considerar que a transparência hoje esta limitada a este percentual do orçamento municipal.
Não consigo vislumbrar, como a condução coletiva pode garantir a probidade, eficiência e a correção. São constantes nas reuniões do Orçamento Participativo, das quais participo como delegado, as queixas da população com a forma como a prefeitura continua comprando caro e mal.
A Prefeitura de Joinville já realizou o Orçamento Participativo, a Conferência das Cidades, da saúde, da educação, da assistência social, da segurança pública, audiência das figueiras, do plano de habitação por interesse social e continuará sempre escutando a população.
O parágrafo conclui com a melhor prova da percepção que o Secretario tem, a prefeitura continuara escutando, porem continuara fazendo o que bem entender.
Para lembrar a audiência publica das Figueiras, só aconteceu por imposição do poder judiciário, não foi pela vontade de dialogo do poder municipal, nas demais audiências a possibilidade que a sociedade teve de se manifestar e de dialogar com o poder publico foi restrita, a sociedade, aquela com CNPJ e aquela sem, formou uma platéia atenta e comportada.
Dialogar representa escutar e também entender-se. Seria bom saber quais os pontos em que o poder publico alterou, modificou ou reconsiderou alguma posição em todas as audiências citadas, como resultado dos posicionamentos e posicionamentos da sociedade.
Só a luz desta informação poderemos acreditar na vontade do dialogo ou manteremos a imagem de um dialogo de faz de conta.
Isso garante o acerto de todas as decisões tomadas pelo governo.
A conclusão do texto é a da onisciência do governo municipal. A ideia da onisapiencia ou da total inexistência do erro, transpira ingenuidade ou é resultado do desconhecimento, Imaginar que agora todas as decisões sejam acertadas, pelo uso que se faz do dialogo, é de uma prepotência, que não condiz com o perfil do Secretario..